2.8.11

Sonho#


No sonho era tudo tão simples. Cada movimento era acompanhado por uma leve brisa que me era indiferente.
Perdera a minha mala. Estava desesperada à sua procura. Mas não desesperada o suficiente para falar com quem não importava.
Parei, olhando para o vazio. Estava um dia cinzento, esquisito. Normalmente os meus sonhos costumavam a ser solarengos, mas não nesse dia. Não chovia, não havia uma única erva a mexer, o céu não soltava a sua raiva divina. Nada se passava. Parecia apenas mais um sonho, até que o impensável aconteceu.
Ele apareceu. Cuidadosamente, sorrateiramente. Como sempre fizera. Apanhou-me de surpresa, aparecendo por trás de mim, abraçando-me e fazendo cócegas na minha barriga, que já de si estava cheia de borboletas.
Um arrepio subiu-me pela espinha acima. Era mesmo ele, dizia-me a mente, enquanto o meu eu do sonho me dizia que não o conhecia. Recusava-me a reconhece-lo.

Quando me virei, a minha mente cedeu. Continuava o mesmo. O mesmo sorriso que me derretia. A mesma pele bronzeada que me fazia querer abraça-lo.
Hoje não estava suficientemente forte para recusar tal pedido do meu corpo. Tal como acontecia de cada vez que ele aparecia nos meus sonhos.
Parecia tão alto, foi o que pensei de imediato. A minha mente estava em choque, por me ter atrevido a sonhar com ele de novo. Só conseguia pensar Como o vou abraçar se ele é tão alto? Se meter os braços à volta do seu pescoço vou ficar a baloiçar que nem uma idiota A tentar evitar o inevitável. O quão estúpida fui por tentar. Acabei por ceder ao desejo, decidindo-me a abraça-lo pela cintura, tal como ele fizera à alguns segundos atrás.
Foi o melhor sentimento do mundo. Estando a sonhar ou não, sei que o senti. Embora estivesse "inconsciente", deitada na cama a sonhar mais uma vez com quem no passado me fizera feliz, sei que estive todo o sonho presente. Senti tudo, saboreei cada momento como se fosse o último e acima de tudo disse o que devia dizer, e não o que queria dizer. Uma conversa formal, nada íntimo. Não iria suportar isso.
Depois de um Já não te via há tanto tempo! e um É verdade! Já sentia saudades! em resposta, a conversa morreu ali ou pelo menos foi o que pensei. Sei que continuamos a falar, pois ouvia as nossas vozes, mas eu apenas me importava com uma coisa: ele estava ali e eu estava a abraça-lo! A abraça-lo com tanta força que não sei como não lhe parti umas quantas costelas. Ele não se importava, apenas sorria e continuava a conversa, abraçando-me de volta, passando as mãos pelas minhas costas, deixando o seu cheiro impregnar a minha pele.

Definitivamente o melhor sonho que já alguma vez tivera. E posso garantir que me despedaçou o coração quando me virei um segundo para falar com alguém e ele desapareceu. Fiquei destroçada. Partida. Senti tudo com tanta clareza, que quando acordei, limitei-me a chorar. Chorei tudo: a perda, os maravilhosos momentos passados e os erros cometidos, as palavras carinhosas que recebi e não dei de volta, os elogios que me faziam corar, as piadas que me faziam chorar de felicidade, as pequenas coisas que não soube apreciar. mas acima de tudo chorei a saudade. A saudade por alguém que me foi querido, que ainda mo é e que o iria sempre ser.

2 comentários:

  1. Awww **
    AMEI este texto! Mesmo... saudades daquele rapaz... Apesar da forma como me tratou anos atrás no final de um ano lectivo eu continuo a pensar naquele rapaz lindo, carinhoso e engraçado (:
    Nunca mais o vi, mas gostaria de ver.
    Qualquer dia o vamos ver de novo (:

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  2. Fico feliz por finalmente seguires querida **
    Obrigado por todas as palavras e por todo o apoio :')

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